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sede confederação nacional de municípios
concurso internacional de arquitetura | brasília, 2010
O projeto estende o passeio público para o interior do terreno a partir de um plano levemente em declive, a praça cívica que liga a cidade ao edifício. Este recurso atenua o caráter de lote urbano inerente a este terreno - com as divisas ocupadas por outros edifícios. A praça dá acesso ao térreo, que organiza os acessos aos demais ambientes: área de exposição, foyer, do auditório, recepção.
 
Sobre ele passa uma cobertura de geometria irregular que é um grande espelho d'água de cor escura e profunda. Em algumas situações ele se espraia até os recuos laterais e de fundo e contribui para a atenuação do caráter de lote do terreno ao expandir o plano horizontal construído para além da projeção do edifício.
 
Esse embasamento ora é cobertura de programas (port cochère, auditório), ora engendra um arvoredo, onde poderão ser replantadas as árvores nativas necessariamente removidas no processo de construção do edifício. Por meio de taludes e aterros sobre os recuos se redesenha a geografia do terreno que, associada ao arvoredo e a água, dialoga de forma complementar à “planície do cerrado” da cidade de Brasília. Ao mesmo tempo, esta cobertura d'água, de geometria irregular, faz a mediação entre a cidade e as construções de geometria rigorosa localizadas abaixo e acima do embasamento.
 
Abaixo estão os ambientes de apoio ao auditório e foyer, interligados pelos acessos em nível com o palco (circulação interna de serviço e externa proporcionada pela fresta no espelho d'água), além dos subsolos com as garagens. É uma construção pensada em concreto armado, que configura uma caixa enterrada (paredes-diafragma de contenção) e uma estrutura de viga-pilar de vãos regulares.
 
Acima do espelho d'água, como se apoiado levemente sobre ele, dois grandes tubos de concreto abrigam as circulações verticais e horizontais dos pavimentos superiores, além de infra-estruturas de apoio (shafts, sanitários, depósitos). Estes tubos são como rochas que afloram sobre um lago negro e sustentam, através de uma estrutura metálica (treliças e vigas), dois blocos suspensos onde estão os ambientes de escritório.
 
Entre os dois blocos suspensos cria-se um recinto semi-aberto, que organiza o vazio a partir de um estar proporcionado pelo piso que desenha uma nova geografia sobre a água.
 
 
ARQUITETOS:
Felipe Noto, Guilherme Petrella, Jordana Zola, Maira Rios, Mariana Souza, Paulo Emilio Ferreira
ESTAGIÁRIOS:
Mirela Caetano, Carlos Gomide
COLABORAÇÃO:
José Paulo Gouvêa